Ah! Esses quadros de antanho
Quase tão horríveis como a palavra antanho...
Não de um horrível ridículo mas de um horrível triste,
Porque se pode ver entre o vidro e o retrato
Uma folha outrora verde,uns cabelos que já foram vivos
E agora para sempre imóveis na moldura negra
E,na fotografia,alguém está sorrindo eternamente
Quando um sorriso,para ser sorriso,devia ser efêmero...
Lá fora é uma tarde "fin de siècle",uma tarde outoniça que parece
Tirada da gaveta desta cômoda
...E,nas cartas antigas,também, o amor amarelece
-Mario Quintana
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