segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Ter um gato significa...

  Ter um gato, significa que todo dia você terá uma dose de fofura;
  Ter um gato, significa ficar com marcas nos braços, por conta de arranhados causados por eles;
  Ter um gato, significa que você nunca ficará triste, pois por mais que esteja, gatos tem o dom de alegrar seu dia;
  Ter um gato, significa ficar preocupado quando saem pra "dar uma volta" e demoram;
  Ter um gato, significa que você deve abandonar a ideia de ter um sofá novo;
  Ter um gato, significa que, na época de Natal, deixar a árvore montada é um desafio;
  Ter um gato, significa aprender a amar, mesmo com brigas (afinal, quem nunca deu bronca nos bichanos?);
  Ter um gato, significa passar por uma espécie de maternidade/paternidade, afinal, tem que se preocupar se ele está alimentado, se a caixinha de areia está em boas condições, levar ao veterinário;
  Ter um gato, significa que se você se sentar e ele deitar em seu colo, estará fadado a ficar nessa mesma posição perpetuamente, pois gatos dormindo são tão fofinhos que mal temos coragem de acordá-los;
  Ter um gato, significa tudo e um pouco mais, fica quase impossível descrever todo o sentimento.

  Ter um gato, é ter a certeza do que é o amor.

sábado, 7 de janeiro de 2017

"Não tinha nenhum santo"

  Primeira semana de 2017 já começou conturbada. Aliás, no primeiro dia do novo ano já houve a ocorrência de ter acontecido ao menos 60 mortes em duas penitenciárias de Manaus, Complexo Penitenciário Anísio Jobim e Unidade Prisional de Puraquequara. Segundo maior número de mortes registradas em presídios, desde o massacre do Carandiru, em 1992, onde as tropas da polícia mataram cerca de 111 detentos durante uma rebelião.
  O que ainda está causando intriga é o porquê dessas mortes estarem ocorrendo. Muitos apostam na ideia de que é uma guerra entre facções, mas de acordo com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes "isso é um erro que não podemos cometer, achar que, de uma forma simplista, esse massacre e essas rebeliões são simplesmente guerra entre facções. Aqui, dos 56 mortos, mais da metade não tinha ligação com nenhuma facção. Isso é algo que não vem sendo divulgado, exatamente porque sempre é mais fácil uma explicação simplista". De um jeito ou de outro ele tem razão. Ainda falta muita investigação.

  Várias pessoas se puseram a falar sobre o assunto e a prestar solidariedade à família dos que foram mortos, porém, o Governador do estado do Amazonas, José Melo, já foi um pouco além ao se pronunciar, logo após o comentário descrito acima feito pelo Ministro da Justiça, "não posso fazer comentário sobre o que o ministro falou. Só sei dizer que não tinha nenhum santo. Eram estupradores, eram matadores que estavam lá dentro do sistema penitenciário [...]".

  Calma, as notícias não param por aí. Na tarde dessa sexta feira (6), houve mais 33 mortes registradas em penitenciárias devido a rebeliões, dessa vez, 31 em Roraima, na maior penitenciária do estado, Agrícola de Monte Cristo, e outras duas registradas em Paraíba, no Presídio Romero Nóbrega. O que anda se especulando é de que desta vez as mortes ocorreram por conta da reação da facção do PCC (Primeiro Comando da Capital) ao ocorrido em Manaus, pois em Manaus, a maioria dos detentos eram ligados à facção Família do Norte (FDN), enquanto o PCC era minoria, e em Roraima, seria o contrário. Porém o Ministro da Justiça discorda, dizendo que "nesse presídio houve a separação de presos. Todos eram da mesma facção, todos eram ligados ao PCC [...]. Seria um acerto de contas interno [...]". E ainda em outra entrevista, disse que a situação "não saiu do controle". Será mesmo? Pois a informação que temos é de que a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas sabia há algum tempo que os detentos possuíam armas e também tinham ciência do plano de fuga que aconteceria entre o natal e o ano novo. Sobre essa informação, Alexandre de Moraes se pronuncia "o governo estadual disse que tomou todas as providências para evitar a fuga [...]". "[...] o que é possível afirmar é que uma série de erros ocorreu. Se não, não teria ocorrido o que aconteceu".

  Após o ocorrido, em uma entrevista concedida à CBN, o Governador José Melo comenta sobre a construção de 3 novos presídios. "[...] daqui um ano e meio nós teremos a nossa penitenciária agrícola funcionando e ai nós vamos separar o joio do trigo dentro das penitenciárias", afirmou. Durante a rebelião que ocorreu em Manaus, 184 fugiram, porém, 56 deles foram recapturados, até a noite dessa terça feira (3).

  Infelizmente somos o país que ocupa o 4° lugar no ranking de maior população carcerária, e devido a problemas (administração de dinheiro), nossos presídios sofrem de superlotação, falta de higiene e segurança, pois os detentos ainda tem acesso à celulares, armas, internet, drogas, etc.

  Faço parte daquele grupo de pessoas que acreditam que as pessoas merecem uma segunda chance e que apostam na educação como ajuda, como um meio de solução, pois se você pesquisar, verá que a maior parte dos presos em nosso país possui apenas o ensino fundamental, as vezes nem completo, e são jovens. Pessoas que ainda podemos ajudar, e não jogar numa cela lotada junto com pessoas de mais experiência, das quais temos certeza que ali, vira uma escola do crime.

  Diante de tantas mortes, me solidarizo com a família dos que morreram no massacre. 93 mortes em uma semana, na primeira semana de 2017, das quais todos desejavam que fosse um ano cheio de paz, amor, felicidade. Para uns o ano já virou um pesadelo, para outros, apenas obtemos um trailer do que o ano nos reserva.

Mas e ai 2017, o que vem pela frente?
 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um pouco a cada dia

  As crianças fazem barulho lá fora. Uma algazarra de meninos que entra pela janela, trazida pela brisa da tarde, e faz da cortina, fina e branca, uma bailarina que se desenha no mormaço da sala. O sono de depois do almoço, encantado pela dança suave da cortina, faz o barulho dos meninos que brincam lá fora, cada vez mais distante. Menino, que chega suado da escola, bochechas vermelhas, olhos brilhantes e histórias que querem sair da boca, ganhar vida, histórias de menino.
  Crianças estão por toda parte. Na minha casa e provavelmente na sua, na janela dos carros, nas praças, sob as pontes, nos barracos, nos jardins, na escola, no trabalho. Crianças com os mais diversos destinos nascem todos os dias, todas as horas. Crianças ricas vão à escola, à Disney, brincam com jogos eletrônicos, imitam seus ídolos da tevê, comem, bebem, dormem protegidos das intempéries da vida. Crianças pobres vão ao trabalho, pedem uma moeda, tentam vender um chiclete no semáforo fechado, praticam delitos, cheiram cola, esmolam amor, entorpecem o futuro que não existe. Sempre foi mais ou menos assim. A escola nunca foi alternativa para os filhos de pobres, afinal eles deveriam ser úteis na lavoura, produtivos desde pequenos, receita e não despesa, uma ajuda no apertado orçamento da família, quando não a própria fonte de subsistência. Educação é coisa de rico.
  Uma angústia nos ronda, na busca  de uma nova ética para a infância. Que adultos estamos formando para o Brasil? Que destino daremos para a voz rouca que bate na janela do carro? São tantas e tantas vezes que nem ligamos mais para a tristeza da cena. Culpa da pobreza, da exclusão social, do governo, de todo mundo, menos sua e menos minha.
  Tremendo abismo se dilata entre entre nós e eles. Nossas crianças navegam na internet. As deles, quando muito, aprendem a desenhar o nome com as mãos calejadas da última colheita. Crianças estão à mercê da desagregação familiar, estimulada pelas dificuldades dos adultos malformados diante das agruras da cidade grande, vítimas fáceis da globalização, da sociedade de consumo, da exploração e da injusta distribuição de renda. Pode-se  sentir ainda um vinco escravista nas crianças ricas, que ordenam e o adulto obedece. Uma deformação da sociedade brasileira, mestiça e arrogante nos seus extratos, que se observa nos mínimos gestos de todos nós. Está na cultura, escrito na história de senhores e escravos. Mas nem por isso a solução é aceitar a aberração como destino, nem se conformar com o trabalho infantil, nem justificar criança fora da escola. É preciso recolocar a vida nos eixos, cuidar do futuro por meio dá formação de cidadãos. Resgatar a dignidade e assegurar que a criança brinque, se alimente e estude na escola formal, não na escola da rua, que desenha um futuro que não queremos, que hoje já nos assusta na violência urbana com estatísticas de guerra civil, que nos prende em casa e banaliza a vida e morte.
  As crianças brincam lá fora. A noite começa a cair. Hora de voltar para a casa, tomar banho, terminar o dever complicado pela matemática. Hora de jantar, da conversa amiga com o pai, a mãe, o irmão e quem mais estiver. Hora das histórias de todos, no relato do dia, com suas alegrias, tristezas, vitórias e aprendizado. Hora do sono tranquilo, campo fértil do sonho que se realiza acordado, um pouco a cada dia.


Autor: Luiz Márcio Ribeiro Caldas Junior
Livro: Você tem medo do quê?
Págs: 93 a 95

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Olá 2017

  Olá galerinha, td bem?

  Enfim, tô um pouco sumida daqui do blog por motivos óbvios...

 
  Não, sério, andei sumida por preguiça mesmo, e também devido à uma coisinha chamada: Netflix.
  Sempre quando eu tinha alguma coisa pra escrever marcava em um caderninho, mas depois esquecia e logo após batia aquela vontade de assistir HIMYM (fãs a vista?), e levei isso até esse ano.
  Porém agora quero fazer diferente, quero escrever mais aqui, expôr mais minhas opiniões e tentar trazer algo diferente pro blog, até porque gostaria de seguir carreira de jornalista, e como farei isso sem colocar em prática minha escrita né? (Promessa de político).

  Enfim, como estamos iniciando mais um ano, gostaria de desejar a todos que lerem esse textinho um ano cheio de realizações, amores, amizades, aprendizado, sabedoria e muito juízo haha.
  Que nesse ano todos conseguimos alcançar nossos objetivos e sonhos!
  E a você que ainda lê minhas postagens, muito obrigada, pois mesmo não te conhecendo, tem um lugarzinho em especial pra você no meu coraçãozinho de manteiga derretida.

  Mil beijos e até mais!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Cidadão urbanense

 Que país é esse? Que país é esse?, dizia o trecho de uma famosa música do extinto grupo Legião Urbana no rádio do meu carro. Logo a definição da palavra urbana veio à minha mente, Urbana: próprio da cidade - população, paisagem -, que tem caráter de cidade.
 Ao parar num farol, dei de cara com um caráter desta cidade que, na realidade, estava mais para caricatura: um homem negro, sentado na calçada, com as roupas sujas, unhas compridas, tocando viola. Não me pediu esmola, não me vendeu balas, nem sequer levantou os olhos em minha direção, nem notou que eu abaixara o vidro para ouvi-lo enquanto o farol fechava. Ele tocava Águas de Março, do maestro Tom Jobim. A expressão em seu rosto era um misto de alegria e tristeza. A alegria por tocar uma bela canção e a tristeza de saber exatamente o que aquelas palavras representavam.
 É o fundo do poço, é o fim do caminho/ No rosto o desgosto, é um pouco sozinho. Já ouvira aquela música milhares de vezes, mas foi a primeira vez que ela fez algum sentido pra mim.
 Sem dúvida, aquele homem negro, de rosto sofrido, representa uma legião urbana, de tantos outros desta cidade que são esquecidos, taxados de bêbados, vagabundos, andarilhos, drogados, mendigos. São mais urbanos do que qualquer um de nós.
 Integraram-se a essa cidade sem terem consciência disso, fazem parte da inclusão de um sistema que explora sua imagem quando precisa de notícia.
 Que país é esse? Que país é esse que faz da favela da roçinha um lugar de turismo para gringos?
 Venham conhecer a maior favela do planeta! Vejam que exótica! Michael Jackson gravou um clipe aqui; venham tirar fotos de garotos cheirando cola... Depois, por favor, motorista, pare no Leblon para degustarmos a famosa caipirinha brasileira com muito gelo e limão, ao som de um funk qualquer.
 Como pode, meu Deus, um país onde um artista de verdade tem como palco o chão de uma calçada, e sua platéia uma avenida, tocando música de qualidade, mas abafada com o barulho de buzinas? Um país de grandes compositores e maestros como Tom Jobim, compartilhando espaços na mídia ao lado de tantas porcarias.
 Lá está ele: o homem com sua viola na calçada. Ele apareceu na tevê, mas não perguntaram seu nome, não tocaram sua música. Ele não serve para a mídia, é pobre e, além de tudo, é negro. Não serve para a política, não vota. Não serve pro trabalho, já passou dos quarenta. Não por ler esta crônica, é analfabeto. Não tem casa, não tem carteira, não tem amigos, não tem futuro, não tem beira... Mas tem a viola, sua companheira, e toca, dentro do coração de quem passa naquela avenida e, com os olhos secos por não ter mais do que chorar, termina a canção:
 São as águas de março fechando o verão/ É a promessa de vida no teu coração.
 Esse é o cidadão urbanense, que pertence a este chão, não se sabe onde começa o chão, onde termina ele; são um só. São gente.

Autora: Bibi Almeida
Livro: Retratos Urbanos (pág 141/142)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A primeira vez que eu vi meu pai


Autora: Márcia Leite
Páginas: 111
Editora: Artes e Ofícios

"Duas histórias tão diferentes e tão a mesma: a descoberta do que se quer e do que se pode ser, apesar das ausências."


 A primeira vez que eu vi meu pai conta a história de dois amigos, Daniel e Lucas, e ambos possuem problemas relacionados a imagem paterna. De um lado, Lucas lida com um pai que tem problemas com álcool e que é agressivo quando está sob o efeito do mesmo; e do outro, Daniel convive com a ausência de seu pai, que não soube lidar com a responsabilidade de ter uma família quando jovem e foi embora, deixando para trás o filho e a esposa.
 Ao decorrer do livro, Daniel conta à Lucas como conheceu seu pai aos oito anos, e o choque que levou quando ele apareceu de repente em sua porta. Descreveu como se sentiu quando soube o motivo dele ter partido e como encarou o fato de saber que ele mora em outro país e tem outra família. Do ponto de vista de Lucas, Daniel tem sorte por não "ter" um pai, pois a relação que ele tem com o seu é conturbada, marcada por discussões, gritos e tapas.

 Ou seja, a autora retrata bem a realidade do mundo ultimamente, porém, através da visão dos garotos, que desde cedo tem que aprender a conviver com a falta de algo muito importante que é fundamental no crescimento de qualquer criança: o afeto paterno.
 O desfecho da história de Daniel trás a tona uma questão importante: afinal, devemos perdoar aquele que nos fez mal e tentar seguir em frente?

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A Importância da Segurança do Trabalho

  A maioria das pessoas quando ouve falar em Segurança do Trabalho, cria logo aquela imagem de um homem forte e alto que fica de guarda protegendo um local. Mas não, nesse caso, Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas que visam melhorar as condições de trabalho, minimizando ou eliminando os riscos de acidentes e protegendo a vida dos trabalhadores.
 Muitas pessoas não dão trela para essa área, mas saibam que é de extrema importância, pois do jeito que alguém sai pra trabalhar, quer voltar do mesmo modo. Mas sabemos que muitas vezes não é assim.

 Essa semana mesmo recebi a notícia de que um parente meu havia se acidentado no trabalho. Ele teve 80% do corpo queimado com caldo de cana de açúcar que caiu sobre ele enquanto abria um local para realizar a limpeza. Houve uma falta de comunicação e sinalização, pois se alguém o tivesse avisado, fixado uma placa que proibisse a abertura do local ou até mesmo tivesse trancado, esse acidente não teria acontecido. A pior parte é que mesmo depois de ter sido socorrido, ele veio a falecer um dia depois, pois a alta temperatura cozinhou seus órgãos e secou toda a água de seu corpo, parando seus rins.

 Então veja, eu, como futura Técnica em Segurança do Trabalho, fiquei chocada com a história e fico pensando em como seria se eu estivesse lá. Eu poderia ter evitado o acidente, pois nosso trabalho é analisar, minimizar ou eliminar riscos de acidentes, além de dar treinamentos aos trabalhadores.
 Investir em Segurança não é sinônimo de gastos, mas sim, de investimentos (pois implica em mudar alguns hábitos, compra de EPIs, dentre outras coisas).
 Com os investimentos certos nessa área, podemos fazer com que os trabalhadores produzam mais e melhor, além de estarmos preservando vidas!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Felicidade Compartilhada

 Que atire a primeira pedra quem nunca foi em algum lugar e em um certo momento: "hey galera, junta ai, vamos tirar uma foto pra postar no Facebook! (ou qualquer outra rede social)".
 É verídico dizermos que estamos na era da felicidade compartilhada pois parece que sentimos necessidade de mostrarmos aos outros que saímos, que temos vários amigos, que comemos essa comida gourmet, que frequentamos esse lugar, que bebemos isso e etc...
 Mas agora parem e reflitam... já viram alguém triste no Facebook?
 Que nada, lá todos são felizes, fim de semana é farra, pinga e foguete, todos amam todos, todos praticam a ética, todos são politicamente corretos e intelectuais. Essas mesmas pessoas são aquelas que postam foto com o filho dizendo que ele foi seu melhor presente, mas ao vivo, mal dá atenção pra criança por estar conectado na rede publicando isso. É também aquela pessoa que está num lugar lindo, em contato com a natureza, num sítio por exemplo, mas ao invés de sentir a brisa do local, apreciar a vista, tira apenas uma foto, coloca uma legenda dizendo que está super feliz, mas continua conectada vendo as novidades ou a vida alheia.
 Digamos que hoje, dificilmente vemos alguém se distraindo ou matando o tempo fazendo algo que goste sem precisar expor nas redes sociais, sem precisar mostrar ao mundo que ela tem o que fazer e está se divertindo.

 Não digo que está errado, mas isso mostra que essas pessoas precisam de curtidas e comentários pra concluir que aqueles momentos precisam da aprovação de um público e que há a necessidade de fazer isso, pois senão aquele momento foi desfrutado em vão e ninguém o viu.

Termino este texto com uma frase que faz sentido pra qualquer coisa nessa vida, afinal, tudo o que é demais, exagerado, as vezes não lhe trás resultados positivos. "Use com moderação!"

quinta-feira, 17 de março de 2016

Vamos falar de ética...

  Estamos passando por um momento delicado em nosso país. É acusações para todo lado à pessoas das quais confiamos o cargo para gerenciar nosso país, prisões, etc.
 E no meio dessa parafernália toda, há pessoas que pensam diferente. 
 O problema é que a maioria delas não sabe reagir civilizadamente quando discordam de sua opinião, os que sempre pensam que do meu jeito está certo!
 E meu caro, se você é assim, procure mudar, e rápido!
 Se coloque no lugar da pessoa: você gostaria que viessem discutir ou até te agredir verbalmente e fisicamente só por pensar de uma maneira de diferente?

 Foi o que aconteceu com esta jovem em meio as manifestações de ontem, que não é a favor da prisão do ex-presidente Lula.
 Alguém do meio começou a agredir, tanto ela quanto o amigo que estava junto dela.

Segue o vídeo:

 

 É impressionante ver isso. As pessoas estão nas ruas manifestando, mas acham que o único problema do país são os políticos corruptos, mas não olham pro próprio umbigo. Tudo bem não concordar com uma opinião, mas saber respeitar é questão de ética! Como vocês querem que o país vai para melhor se nem respeito conseguem ter com o próximo? 
 Procure ser a mudança que quer para o país!


*Lembrando que não estou me posicionando em lado algum, e sim, comentando o fato ocorrido na manifestação*

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

"Nosso útero é laico"

  Ultimamente presenciamos a insatisfação e manifestação de várias pessoas, e principalmente das mulheres, pois a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o projeto de lei 5069/13, que visa ser crime "ajudar" uma gestante abortar, ou seja, querem acabar com substâncias abortivas (ou a famosa pílula do dia seguinte). Essa proposta é da autoria de Eduardo Cunha, e segue para votação no plenário.
 Nesse caso, o aborto só poderá ser feito se a criança apresentar riscos à gestante ou se for anencéfalo; e no caso do estupro, só será permitido se a vítima apresentar um exame de corpo de delito que comprove o ocorrido. Os partidos do PT, PCdoB e PSOL foram contras, e além de Cunha, temos Feliciano apoiando que essa lei entre em vigor. Já temos uma noção de com quem estamos lidando...

Uma lástima estarmos chegando a esse ponto!

 No mesmo dia em que fiquei sabendo desta notícia, vi uma reportagem mostrando a decadência em que uma mãe e seus 7 filhos viviam. Eles eram muito pobres e tentavam sobreviver através da ajuda do programa Bolsa Família. Como quase nunca tinham dinheiro para comprar comida, eles comiam um dos animais que convivia com eles. Ratos. Isso mesmo, para não passarem fome, assavam ratos e comiam. O pai dessas crianças não aguentou a situação, e por causa de uma dívida que não conseguiu pagar (havia fiado uma cesta básica), ele se matou, e no mesmo dia em que o repórter entrevistou essa mãe, ela contou que no dia anterior também estava pensando em fazer o mesmo.

 Penso então que não deviam proibir a venda dessas substâncias, e que deviam até mesmo legalizar o aborto. Não seria melhor fazer do jeito certo? Assim não haveria mais mortes de mulheres que foram vítimas de aborto clandestino.
 Isso não significaria que todas iriam sair por aí abortando. Não! Mas algumas pessoas que são contra o aborto usam sempre o mesmo argumento sobre os que são a favor "você só é a favor do aborto porque já nasceu". Galera... NÃO!
 E já perceberam que o aborto é legalizado apenas nos países mais ricos?


 
 .
 Algumas deputadas também se pronunciaram diante do assunto, como Cristiane Brasil, PTB "[...] mais uma vez vamos punir as mulheres pobres, que não têm conhecimento dos seus direitos e vão sofrer repetidamente.", o que claramente é verdade.

 Também percebi que convivo com isso diariamente, pois no meu bairro há duas famílias pobres, e cada família possui mais de 3 filhos. Como não dão conta de cuidar delas, pois não trabalham, vivem de ajuda dos moradores daqui, fora o fato de que essas crianças vivem "jogadas" nas ruas. E amanhã, o que será delas?
 A conscientização à população é de muita ajuda, assim como a venda dessas substâncias que previnem a gravidez indesejável, assim como outras coisas futuramente.

 


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cotas Raciais

 Ser a favor ou contra? Eis a questão.

 Esse sistema, que visa dar uma ajuda para o ingresso de negros, pardos e índios - seja em universidades ou concursos públicos - foi implantada no Brasil em 2000. Desde então, houve o aumento de tais (no caso, em instituições de ensino superior), que de 2001, com apenas 10,2%, em 2011, passou para 35,5%.
 Lendo um artigo da Carta Capital, me deparei com a seguinte frase "ser contra cotas raciais é concordar com a perpetuação do racismo". O argumento que usaram para reforçar isso, foi de que, na pós-abolição da escravatura, durante o processo de industrialização do Brasil, houve o incentivo da vinda de europeus pra cá e foram beneficiados por virem, enquanto os que já estavam aqui (negros), não obtiveram os mesmo privilégios, e que a criação das cotas foi um meio de "pagamento de dívida" que o país tinha com os negros.
 Então no caso, eu sendo negra, sou racista com minha própria raça?
 Sou contra as cotas porque não é de hoje que os negros vêm lutando para serem vistos como pessoas normais, sem distinção e preconceito. Se queremos ser vistos assim, porque temos que ser tratados como especiais? E uma coisa que todos maquiam, é o fato de que as cotas podem até ajudar, mas certamente o preconceito aumenta. Há vários casos de estudantes cotistas relatando que já ouviram a frase "você só está aqui por causa das cotas", ou seja, diminuindo a sabedoria do indivíduo pelo privilégio recebido.
 Não acho que deva haver distinção porque você é negro, pardo ou índio. Se quer algo, tem que merecer por mérito, e não ligar você aos seus antepassados. A época de servidão e escravidão passou. É fato que o preconceito no Brasil ainda seja evidente e que a maioria dos negros habitam favelas e que tenham menor escolaridade que os brancos, mas que tal revertermos esse quadro e mostrarmos que somos capazes de fazer as mesmas coisas que todos, e que a diferença de raça não interfere em nada? Esforço e dedicação seriam palavras-chave para desatarmos esse nó na sociedade chamado preconceito.
 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Conceito de família no século XXI

 De uns tempos pra cá, o conceito de família vem mudando, deixando de ser apenas aquele famoso arroz e feijão.
 A inserção dos homossexuais na sociedade incomoda algumas pessoas que apenas aceitam o tradicional homem e mulher. Alguns dizem que a religião que segue não permite, ou isso, ou aquilo. Mas fato é que, apesar de não aceitarem, muitos jogam suas ofensas nas redes sociais ou através da violência, tanto verbal quanto física.
 Algo que está incomodando essas pessoas também são as propagandas e programas televisivos que estão adotando medidas para encaixar os homossexuais naquele meio também, para que se sintam mais confortáveis e incluídos.

 Algumas famílias, por medo de que seus filhos sejam a favor do homossexualismo, ou até mesmo se torne um, educam a crianças com apenas uma visão de mundo: união existe só entre homem e mulher, e a própria Comissão resolveu reforçar isso no último dia 24, aprovando a lei 6583/13, do deputado Diego Garcia, de que o conceito de família se resume a XX e XY.
 Não é bem assim que as coisas deveriam ser. Uma criança com uma visão mais ampla de mundo, no futuro será uma boa pessoa, e não uma ignorante que simplesmente não aceita o diferente.
 E sobre o caso de casais homossexuais adotarem uma criança e ela vir a se tornar uma também?
 Isso vai da vontade da pessoa, vivemos num país onde os direitos de todos devem ser respeitados. E veja bem, você prefere uma criança em um orfanato, ou em um lar, dependendo de quem a adote, lhe dando amor, carinho e educação?

 O amor é o que quebra qualquer preconceito, seja contra negro, índio ou homossexual! Havendo este, o resto é apenas questão de tempo.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Redução da maioridade penal - 2

 No começo do mês de julho, a PEC que reduziria a maioridade penal de 18 para 16 anos foi levada à votação. A princípio a emenda foi rejeitada, mas um dia depois, foi aprovada.
 Essa emenda visa prender jovens por homicídio, lesão grave e crime hediondo.

 Será que essa foi a melhor opção?
 Enquanto esse assunto repercutia no Brasil, os EUA estava pensando o contrário: o aumento da maioridade penal. Um banho de água gelada nos brasileiros.

 Não dá pra mentir que em nosso país o número de jovens delinquentes aumenta cada vez mais, e que não incluem apenas o roubo. Mas pense bem: se colocar um jovem numa cadeia, junto à outros infratores da lei que cometeram crimes mais perversos que esse garoto, o que você acha que iria acontecer? Com certeza iriam ensinar àquele garoto outras artimanhas, ou seja, se tornaria a escola do crime. Ao invés de tentar conserta-lo, isolando-o da sociedade, iria "estraga-lo" ainda mais.
 Outro fator importante também: para manter um aluno mensalmente, o custo gira em torno de R$ 300,00 , enquanto manter um detendo são quase R$ 3.000, 00. E as cadeias já estão super lotadas!

 Na Fundação Casa, os jovens não são apenas "mantidos", lá dentro há regras, e aulas de diferentes assuntos. Lá, a chance de saírem melhor do que entraram são maiores do que se os colocassem no presídio, e por isso, há pessoas que ainda são contra a PEC, alegando que o dinheiro que fosse para os presídios seriam muito bem investidos em escolas.
 Não que tudo se resolva com um livro e uma caneta em mãos, mas o suporte é mais garantido.

 Afinal, quando uma criança faz malcriação, você faz o que? Bate ou ensina pacientemente as consequências que acarretarão para ela se ela continuar a fazer aquilo?


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Trotes universitários violentos

 No começo do ano, em instituições universitárias é tradicional o famoso "trote", que consta nos veteranos fazerem brincadeiras com os calouros, o que promove a interação de ambos. Mas fato é que não é bem assim que as coisas acontecem.
 Em algumas universidades, essas brincadeiras chegam a ser extremas, levando a morte de alunos, como no caso do estudante que passou em medicina na USP, mas morreu afogado em uma piscina, em 1999. Isso é decorrente do poder que os veteranos sentem sobre os calouros. "Estou aqui a mais tempo, por isso você tem que fazer o que eu falo", é algo que se passa na cabeça desses jovens.
 Algumas universidades já se puseram frente a esse assunto, deixando de lado o trote tradicional e fazendo o uso do trote solidário, o que ajuda a evitar casos de humilhação por parte dos calouros. Vários deles, quando se veem em uma situações totalmente desconfortáveis, vão reclamar com as autoridades de tais instituições, o que na maioria das vezes não resolve nada.
 Vários alunos, quando não querem ser o "x9" da turma, dizem que participaram da brincadeira voluntariamente, para não ser alvo de piadas e brincadeirinhas durante sua estadia na universidade, ou até mesmo coisas piores.
 Algo que poderia ser feito a esses que abusam na hora da brincadeira, é a expulsão, pois dependendo do caso, fere os direitos humanos do aluno calouro.
  Brincadeira tem limite, e para se relacionar com os demais, você não precisa se submeter a coisas que não quer fazer. Afinal, antes de conhecer alguma pessoa, você faz com que ela se submeta a certas "tarefas" para depois vocês virem a se relacionar?


terça-feira, 26 de maio de 2015

Mea Virtual Culpa

 O homem caminha sem notar para uma armadilha. Não, o homem não caminha. A armadilha é virtual. O homem moderno não vai ao trabalho e chega e veste a roupa de trabalho e trabalha e sua e cansa e volta e toma banho e descansa. O homem moderno vai ao trabalho e senta e fica e fica e fica, e fica. Com vírgula para o cafezinho.
 Sou um homem moderno. Engordo diariamente olhando para a tela do computador, usando nada além do que os dedos dessa minha complexa formação física, cheia de músculos ,tendões, circulação sanguínea e juntas. Se a energia é interrompida, ou o computador trava, travam-me os braços.
 Neste exato momento em que escrevo esta crônica - obrigação semanal que me impus porque preciso de regras, mesmo que seja para quebrá-las -, estou sem conexão com a internet e não posso nem sequer visitar a wikipedia para tornar o texto mais interessante. Meu cérebro só reclama da lentidão da conexão da rede mundial de computadores. Como ando dependete da tecnologia! Como caminho para essa terrível armadilha!
 Ouvi dizer que, em alguns anos, o ser humano desenvolverá mais os dedos das mãos, a cabeça e a bunda por conta da evolução natural. Quanto ao cérebro, as crianças já nascem com algumas alterações. Se repararmos bem, são rápidas de raciocínio e absorvem várias informações ao mesmo tempo. Fruto do novo estilo humano de viver.
 O word, versão moderna, ideal e extrática de bic-on-papel, me permite alterar o texto e trocar parágrafos, sem sujeiras, nem cestos de lixo repletos de bolinhas amassadas. Sento-me ao lado de uma colega de trabalho e, não raras vezes, falamo-nos por uma janelinha virtual com foto dela na praia. Claro que isso dá uma certa privacidade, mas não é por isso que teclamos quando poderíamos falar-nos.
 Agora, estou às voltar com a compra de um novo celular. E não me conformo em ter um que não possua câmera de pelo menos 1.3 megapixels, sons mp3, bluetooth e infravermelho.
 Bem, vou levantar a minha bunda quadrada, estalar os dedos compridos e tomar um bo café, porque esse, pelo menos, ainda mantém o sabor das primeiras produções feudais e as comodidades da vida moderna.
 Sim, caí na armadilha de trabalhar sentado. Sou um pequeno burguês, dono de nada, mas burguês que reclama de trabalhar sentados, que paga as contas pelo home bank e que fala um pouco de inglês para poder sobreviver. Mas tenho uma vantagem: um blog que aceita meu texto. E se não fosse ele, eu teria que levantar minha bunda quadrada e correr atrás de um editor ou de uma gráfica ou de vender poesia escrita à mão numa esquina cheia de gente de verdade, ai!

Jura Arruda

(Crônica retirada do livro Retratos Urbanos - páginas 107 e 108)